PHVOX – Análises geopolíticas e Formação
Camila Abdo

Brasileiro gosta de bandido

Perverso, covarde e cruel. Esses adjetivos, proferidos por Glória Perez, mãe de Daniella Perez, definem bem quem é Guilherme de Pádua. Como define quem o apoia, segue e deixa comentários em seus vídeos na plataforma YouTube.

Por um momento esqueça que Glória é roteirista da Rede Globo. Neste momento ela é somente uma mãe, forjada na dor, por ter perdido uma filha, na flor da idade, em um ritual macabro, protagonizado por dois psicopatas nefastos.

Não sou eu quem estou falando que eles são psicopatas e sim a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa e a criminologa, autora de bestsellers, Ilana Casoy, em entrevista para o documentário da HBO Max, “O Pacto Brutal”.

Exibicionista, hoje, em liberdade, com um canal no Youtube, dando entrevistas para canais sensacionalistas, Pádua se diz perseguido e se acha merecedor de perdão apenas por ter se tornado pastor.

Nos vídeos do YouTube, age de forma teatral, mas fala que quer ser perdoado pela Glória com um sorriso cínico e olhar vazio. Sinto muito se você acredita que ele se arrependeu. Ele é um psicopata narcisista. A cada vídeo, ele mata a Daniella mais uma vez. Ele tortura aqueles que amam a moça que teve a vida ceifada.

Um casal patológico, que assim como o goleiro Bruno, a liberdade deles insulta a todos os pais que tiveram que enterrar seus filhos. Um ato que antinatural. Nenhuma mãe deveria enterrar seu filho.

Mas, mais patológico é quem segue e apoia o pastor do demônio, como se o crime brutal nada significasse. Essa bandidolatria que respira no peito de alguns brasileiros é aterrorizador. A glamourização do criminoso e o esquecimento da vítima, desnuda o fanatismo doentio que forja alguns cidadãos.

A dor de Raul Gazola, o viúvo de Perez, sufoca e revolta. Imagino o que se passa no coração dele ao ver os algozes da sua esposa que não teve tempo nem de lhe dar um herdeiro, livres, leves, soltos e recebendo atenção da mídia disfórmica.

Escrevo esse artigo revoltada e influenciada pelo documentário. Portanto, não espere isenção de ânimo. Não o tenho agora. Saber que Guilherme de Pádua cumpriu apenas 6 anos e 9 meses em regime fechado e, Paula Thomás cumpriu 7 anos, com direito a todas as mordomias dentro da cadeia, desperta em mim os piores sentimentos.

Que o Judiciário brasileiro é uma mãe, com colo quente e abraço apertado para os criminosos mais abjetos, nós já sabemos. O que choca é ver uma parcela da sociedade enaltecer um ser [me recuso a chamá-lo de humano] portador de uma mente perturbada e obscura. Nauseante.

Quando um desconhecido comete um crime, a grande maioria grita a plenos pulmões: “Mate-o”. Mas, como é um ex-ator medíocre da Globo, ele merece o perdão e a crença da sua conversão. Faça-me rir.

Seria cômico, se não fosse trágico. Uma sociedade que reclama da falta de segurança pública, que vai as ruas pedindo mais justiça, que se indigna com traficantes soltos e diz que o Congresso precisa ser renovado, se curvar e defender o que há de pior em nosso meio.

Políticos são reflexo do povo que governa. Corruptos, falam com almas corrompidas pela bestialidade, capazes de normalizar um crime satânico e, alguns chegam à insanidade de culpar a vítima.

Se ajoelham para assassinos, mas oram de forma displicente em suas camas. Não são capazes de se curvar diante do Senhor que está disposto a ouvir as súplicas mais infames, mas se dobram a um pseudopastor, ceifador de vidas.

É a banalização da religião e dos preceitos de Deus. Há coisas que são imperdoáveis e, matar um filho D’ele é uma dessas coisas. Há uma trivialização horrenda da conversão. Antes, Pádua era devoto da magia negra. Matou Daniella em um matagal, a deixou em posição de crucificação, no último dia de Lua Cheia, duas semanas após tatuar o nome de Paula nas partes íntimas. Normal, ele não é.

Um psicopata frio, narcisista, que confessa que se masturbou ao lembrar o ato brutal que acabará de cometer, que pede perdão em um vídeo caseiro com um sorriso irritantemente cínico, com um tom de voz falso e perturbador. Pádua continua interpretando, enganando incautos que, pela vítima ser filha de uma novelista da Rede Globo, dizem que “não foi tão grave assim” e que sabemos apenas a versão da família vitimada.

Ora, querem dar voz ao maligno? Que cristão é esse? Qual a versão dele? Ele fez um livro tão maléfico e ignóbil quanto ele. Lá está a versão dele. Lamentável.

A glorificação de um assassino confesso e cruel, me faz questionar o quão desvirtuado alguns cidadãos estão e se há como reverter a corrupção da moral introjetada nessas pessoas.

Do que adianta lutarmos para termos um Brasil mais justo, se há Páduas e Brunos sendo aplaudidos?

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