“Nos santos vemos a vitória do amor sobre o egoísmo e sobre a morte: vemos que seguir Cristo conduz à vida, à vida eterna, e dá sentido ao presente, a cada momento que passa, porque o enche de amor, de esperança.”
Papa Bento XVI – 1 de novembro de 2012 (Solenidade de Todos os Santos)
Todos nós sem exceção somos chamados a santidade, esta é a vocação maior e universal. Nossas buscas, desejos, planos e sonhos devem sempre nos levar a sermos santos por Deus, com Deus e para Deus.
Este é o desejo de Nosso Senhor para você e para mim:
“Pois eu sou o Senhor, vosso Deus. Vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo.” Lv 11, 44
Você pode estar pensando: “Falar é fácil, realizar não…”
Você tem toda razão! De fato, a busca pela santidade não é algo fácil, ainda mais nos dias em que vivemos… Veja bem, não é fácil, mas também não é impossível.
Como alcançar a Santidade?
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina o seguinte:
“Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças:
Aquele que sobe, nunca mais para de ir de princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca mais deixa de desejar aquilo que já conhece.”
De forma prática ser santo é ser íntimo de Deus.
Ao sermos íntimos o conheceremos, ao conhecê-lo o admiraremos e o amaremos, pois, ele é o sumo bem, e ao amá-lo e admirá-lo desejaremos ser iguais a ele. É assim que nasce o desejo pela santidade.
Somos chamados a sermos um Cristo nos dias de hoje, seja no trabalho, na escola, na família, com os amigos, nas festas, onde for. Em cada sentimento, pensamento e atitude somos instigados a nos esforçarmos e colocarmos em prática os ensinamentos evangelho, sendo assim, amigos de Cristo.
E aqui lembro do Dr. angélico São Tomás de Aquino, que nos ensina que o princípio da verdadeira amizade é o mesmo querer e o mesmo não querer (idem velle, et idem nolle), logo se você é um verdadeiro amigo de Cristo, você quer as mesmas coisas que Cristo e não quer as mesmas coisas que Cristo.
Devido nossa humanidade, é óbvio que neste caminho iremos errar muito, cairemos sim, mas não devemos desistir. O pior erro do ser humano é o complexo de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo sim. Vou ser sempre assim”. Não! Temos a obrigação moral de sermos melhores para o próximo e principalmente para Deus. Ao cair, nos arrependamos e nos confessemos; uma vez perdoados, que voltemos a comunhão com Cristo para seguirmos em frente. Os sacramentos nos ajudam muito nesta busca.
Um dos combustíveis da santidade é a vida sacramental
O que não pode acontecer é desistirmos desta busca virtuosa ou normalizar as condutas erradas, a ponto de sermos infectados pelo mal atual do relativismo.
É como disse certa vez São João Paulo II: “Santo não é aquele que não cai, santo é aquele que mesmo caindo não desiste de levantar”.
A tradição é uma herança grandiosa que a Igreja mantém para cada um de seus filhos. Sempre reflito nos desafios daqueles que vieram antes de nós e que foram elevados aos altares; imagine todo desapego, devoção e entrega, cada um a seu modo. Existiram santos eremitas, outros de vida contemplativa, santos que eram dados ao serviço e doação integral ao próximo, outros que atuavam em batalhas e guerras, santos que viveram a vocação do matrimônio e da maternidade/paternidade, outros que evangelizavam nas redes sociais e até mesmo venerável que surfava! Aqui me refiro ao venerável brasileiro Guido Schäffer – Guido Vidal França Schäffer).
Quando contemplamos a vida e obra destes homens e mulheres – alguns contemporâneos a mim e a você – chegamos à conclusão de que a santidade é sim possível. Cada um de nós, mesmo em nossas conturbadas realidades, podemos e devemos buscar a santidade. Para que isso se faça realidade, é preciso brotar em nosso coração o desejo verdadeiro e a “determinada determinação” de entregar o nosso pouco a Deus, para que a partir disso ele possa através de sua graça muito fazer.
Que você aceite este desafio majestoso de buscar a santidade!
Finalizo com as palavras de um contemporâneo, meu querido São Josemaria Escrivá, sacerdote espanhol, fundador do Opus Dei, falecido em 1975 e conhecido como “O Santo do Ordinário”:
“Os santos não foram seres disformes, casos de estudo para um médico modernista. Foram e são normais: de carne, como a tua. ,– E venceram.”
Viva Cristo Rei! Salve Maria Santíssima!
Fontes:
Catecismo da igreja católica – Ponto 2015
Caminho (São Josemaria Escrivá) – Ponto 133