Fontes energéticas renováveis “verdes” (solar e eólica) são alvos de grande atenção recentemente devido ao fato de que mais e mais países procuram investir nessas matrizes. A realidade é que tais matrizes escondem impactos danosos sejam eles ambientais ou mais diretos no cotidiano do indivíduo como os observados em Ghana [1].
As energias solar e eólica apresentam ineficiências intrínsecas a seu funcionamento tais como um máximo de doze horas de luz solar no melhor dos cenários [2], e dependência de condições ideais para seu funcionamento, como a velocidade do vento [3] e o espaçamento entre as turbinas, o que leva a utilização exagerada de áreas que poderiam ser utilizadas para agricultura, por exemplo. Adicionalmente, tais matrizes apresentam ainda pontos a serem considerados como a mineração dos metais utilizados nos painéis solares e os efeitos para saúde daqueles que vivem perto de parques eólicos [4] e até mesmo os animais que são vitimados por tais turbinas [5].
Devido a baixa eficiência e demais problemas anteriormente discutidos, é correto imaginar que tais matrizes não sejam adotadas por países principalmente aqueles em desenvolvimento. Entretanto, muitos países visando atingir melhores índices ESG (Environmental, Social, and Governance) [1] adotam tais matrizes energéticas. Os casos de Ghana e Sri Lanka apresentam um futuro sombrio para aqueles que buscam de todas as formas adequar-se ao ESG.
Os efeitos das políticas ESG nas matrizes energéticas já criaram uma nova onda de pobreza energética. Conceito anteriormente introduzido por Boardman [6], definido como a falta de acesso ou acesso limitado a energia elétrica, ou energia suficiente para aquecer ou resfriar casas. Tal conceito inicial foi amplamente abraçado pela ONU e outras entidades “preocupadas” com países em desenvolvimento e obviamente em salvar o planeta enquanto avançam com a “agenda verde.” Na verdade, a pobreza energética é combatida por através do acesso amplo e irrestrito a energia barata que é amplamente obtida através de combustíveis fósseis, energia nuclear, ou através de energia hidroelétrica, como é o caso do Brasil. De fato, a nova onda de pobreza energética não foi criada por causa de dificuldade de acesso a energia barata, mas sim, por imposição das políticas ESG que restringem investimentos em países que não apresentem um compromisso com a a chamada “energia limpa”, ou seja, solar e eólica.
Assim, a mudança de uma matriz energética barata e eficiente para alternativas mais caras e pouco eficientes levará milhões a fome devido a capacidade limitada de refrigeração para estocagem de comida, por exemplo. Nessa mesma direção, os apagões constantes observados em Ghana apresentam um cenário mais catastrófico para hospitais, estações de tratamento de água e esgoto, criando assim o ambiente perfeito para disseminação de epidemias. Explico, a dificuldade prolongada de acesso a alimentos impacta diretamente na imunidade do indivíduo que fica mais suscetível a doenças comuns, alie-se a isso, a falta de água tratada e a capacidade limitada de operação dos hospitais devido a racionamento de energia, e temos uma fórmula capaz de vitimar países inteiros reduzindo assim suas populações. É importante perceber que esse é o mesmo estado de coisas capaz de criar guerras civis.
As políticas ESG já foram abraçadas por bancos que fazem parte do CLIMATE ACTION 100+ [7], que é definido como uma aliança de investidores comprometidos em fazer com que as maiores corporações mundiais emissoras de “gases de efeito estufa” tomem as medidas necessárias para mitigar as “mudanças climáticas”. Ou seja, projetos que produzam energia barata, mas que não são classificados como verdes, não receberão financiamentos. Essa é uma forma de subverter a matriz energética de países e criar mais pobreza energética. Dessa forma, o caos em andamento criado pelas práticas ESG ainda impactará governos e populações de países que aceitem tais políticas. E como sempre, os mais pobres serão chamados a pagar por tal extravagância, para dizer o mínimo, pois estes não possuem condições de comprar créditos de carbono.
Referências citadas
[1] | R. Nascimento, “PHVOX,” 07 2022. [Online]. Available: https://phvox.com.br/esg-emissoes-zero-e-pobreza-climatica-como-a-onu-vai-espalhar-fome-pelo-mundo/. [Acesso em 08 2022]. |
[2] | J. Lehr, “PHVOX – Raio-x do Ambientalismo,” 05 2022. [Online]. Available: https://phvox.com.br/o-novo-acordo-verde-e-a-energia-solar-e-absurda/. [Acesso em 2022]. |
[3] | Bloomberg, “Bloomberg,” 2022. [Online]. Available: https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-07-11/texas-wind-power-is-failing-right-when-the-state-most-needs-it. [Acesso em 2022]. |
[4] | GateHouse Media, “2017,” [Online]. Available: https://stories.usatodaynetwork.com/windfarms/home/. [Acesso em 2022]. |
[5] | American Eagle Foundation, “Conventional Wind Energy – A Design Deadly for Birds,” 2013. [Online]. Available: https://www.eagles.org/take-action/wind-turbine-fatalities/. [Acesso em 2022]. |
[6] | B. Boardman, Fuel Poverity: From cold Homes to Affordable Warmth, 1991. |
[7] | Climate Action 100, “Global Investors Driving Business Transition,” [Online]. Available: https://www.climateaction100.org/. [Acesso em 2022]. |