O Centro Carter, observador internacional convidado e credenciado pelo próprio Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e descrito como um órgão “sério” e “prestigioso” pelo ministro da Defesa do regime, Vladimir Padrino López, confirmou na quinta-feira que o vencedor da eleição presidencial de 28 de julho foi o líder da oposição Edmundo González Urrutia e não Nicolás Maduro. conforme divulgado pela CNE, que não publicou as atas ou os resultados desagregados alegando uma suposta invasão do sistema, o que também foi negado pelo Carter Center.
“Analisamos os números” disponíveis em conjunto com outras organizações e universidades e “confirmamos Edmundo González Urrutia como o vencedor com mais de 60%” dos votos, disse a chefe da missão de observação do Centro Carter, Jennie Lincoln, em declarações à agência de notícias Associated Press (AP)
Ele também esclareceu que a desculpa do órgão eleitoral para não divulgar a ata não é válida. “Não há provas”, respondeu ele sobre o suposto “ataque cibernético” que o regime de Maduro e a CNE argumentam. Quase duas semanas se passaram desde que as eleições foram realizadas e os resultados desagregados ainda não foram publicados, o que, de acordo com a lei, deve ser feito dentro de 48 horas após o término do processo eleitoral.
De acordo com a ata publicada pela oposição, Edmundo González venceu com 67% dos votos contra 30% de Nicolás Maduro, o que coincide com o que o Centro Carter indica hoje. O chavismo apenas afirma que essas atas são “forjadas” sem divulgar as suas para poder contrastar. Quando questionado sobre isso, o chefe da missão de observação do Carter Center disse que essa resposta foi “puro teatro”.
O Centro Carter teve que deixar o país por razões de segurança antes de divulgar seu relatório final no qual adverte que “as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas democráticas”.
Artigo de José Gregorio Martinez para o PanAm Post.