O presidente argentino deu uma entrevista ao Wall Street Journal e advertiu que seu aliado norte-americano sabe que a Argentina já é “um parceiro confiável”.
O Wall Street Journal não foi exceção. Os principais meios de comunicação do mundo analisaram o primeiro ano de Javier Milei no cargo. Além da linha editorial de cada um, é muito difícil fazer uma avaliação negativa de um governo que foi bem-sucedido em todas as áreas que se propôs a abordar. O WSJ também reconhece isso.
“O sucesso inicial transformou o presidente conhecido como “El Loco” em uma estrela entre a direita global em ascensão, recebendo elogios de Trump e Elon Musk, a quem Milei comparou a um Thomas Edison ou Leonardo Da Vinci dos tempos modernos”, destacou o Wall Street Journal, que também destacou as implicações do relacionamento entre os presidentes da Argentina e dos Estados Unidos para um eventual acordo de livre comércio.
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Nesse sentido, o presidente argentino disse à mídia norte-americana que seu colega republicano certamente ajudará a promover reformas orientadas para políticas de livre mercado. O texto, publicado hoje, também destaca a disposição de Trump de renovar os acordos com o Fundo Monetário Internacional.
E sobre as possibilidades de um acordo de livre comércio entre a Argentina e os Estados Unidos, Milei enfatizou o seguinte: “Acho que é muito provável porque os EUA descobriram que somos um parceiro confiável”.
Na entrevista, Javier Milei reiterou sua intenção em relação ao que foi uma de suas principais propostas de campanha, ou seja, a necessidade de celebrar acordos de livre comércio, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países com os quais a Argentina mantém relações.
“Todos os acordos de livre comércio que pudermos fazer, nós os faremos”, disse ele. Ele também deixou uma frase que certamente repercutirá em seus parceiros do Mercosul. “Os outros podem fazer o que quiserem, eu continuarei buscando o livre comércio”, disse Milei. Vale lembrar que, na última reunião do bloco, o presidente argentino expressou a necessidade de abrir o Mercosul para o resto do mundo ou garantir a independência de seus membros para chegar a acordos individualmente. É claro que, se não houver uma resposta imediata dos parceiros, a Argentina poderá deixar o Mercosul se continuar a se apegar ao protecionismo regional que se tornou até agora.
“Milei tirou o país da beira da hiperinflação e do colapso econômico, aplicando uma terapia de choque que, como ele havia advertido, doeria antes de melhorar”, destaca a prestigiosa publicação norte-americana.
Com relação à armadilha da taxa de câmbio, Javier Milei reiterou que a intenção é que, até 2025, todos os controles herdados do kirchnerismo cheguem ao fim.
Quanto à sua perspectiva ideológica conceitual, a entrevista ao WSJ destaca que o presidente argentino não mudou de opinião, mesmo sendo presidente de um país e chefe de Estado, o que reforça uma de suas afirmações mais fortes:
“O Estado é o inimigo, ainda sou um anarcocapitalista e acredito que o Estado é uma organização criminosa que se financia através de uma fonte coercitiva chamada impostos, que ninguém paga voluntariamente.”