“De fato, não existe nenhuma opinião, por absurda que seja, que os homens não se lancem a torná-la sua, tão logo se tenha chegado a convencê-los de que é universalmente aceita. São ovelhas que vão atrás do carneiro-guia aonde quer que as leve. Para eles, é mais fácil morrer do que pensar[i].”

Muitos são os exemplos do poder do fenômeno comentado por Arthur Shopenhauer na citação acima. O vídeo de Yuri Bezmenov explicando a operacionalização da subversão dos valores americanos para abrir terreno ao comunismo nos EUA é um deles.

Esse comportamento também ocorre com quando as ideologias se tornam o senso comum. Elas desenvolvem, por assim dizer, um falso mecanismo de proteção tão logo as ideias fundantes são inculcadas como se fossem opinião pública, este com significado muito diferente de pensamento da maioria, o qual garante no indivíduo uma espécie de blindagem emocional e racional que o torna cético sobre tudo aquilo que contrapõe as opiniões predominantes e que, por sua vez, considera como suas também, rejeitando até o que já foi desmentido.

Ao mesmo tempo, o que quer que venha das fontes aprovadas pela liderança, mesmo com sinais claramente contraditórios, é acatado sem questionamento e rapidamente absorvido, pois afinal, há uma máxima envolvida nesse processo que não deixa espaço para a dúvida: “todos pensam assim”.

A partir daí, a mais forte comprovação de que algo está errado não atinge a pessoa, é uma absoluta confiança que aceita o erro e recusa a verdade.  O mais importante é seguir o fluxo para não ficar desgarrado do grupo, o destino não faz diferença, basta que todos estejam juntos.

 

 

[i] Shopenhauer, Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter razão, em 38 estratagemas: dialética erística; tradução de Daniela Caldas e Olavo de Carvalho; introdução, notas e comentários de Olavo de Carvalho – Campinas, SP: Editora Auster, 2019.