“Se você acha que os homens durões são perigosos, espere até ver do que são capazes os homens fracos”.

Com essa frase, Jordan Peterson resume um dos grandes problemas de nossa era: a assunção de cargos de poder e autoridade por pessoas desprovidas de uma personalidade sólida e forte o suficiente para suportar todo e qualquer tipo de pressão.

Qualquer um que deseje desempenhar uma função pública de autoridade, cumprindo seu papel de forma independente, deve saber que, mais cedo ou mais tarde, enfrentará situações limítrofes em que estará no meio de um cabo de guerra.

Muitas das vezes, a decisão justa a ser tomada ou é impopular, ou desagrada determinados círculos de poder. A autoridade deve ter a força moral para tomar sempre a decisão correta e justa, independentemente da aporrinhação que isso venha a lhe acarretar.

Infelizmente, estamos em um momento em que a força das personalidades individuais cede à pressão de coletividades, de categorias sociais, funcionais, ou identitárias, fazendo com que o sujeito abdique voluntariamente de sua personalidade em troca do conforto e do aconchego de seus pares.

Ele passa a não se enxergar mais como um indivíduo, mas como elemento integrante de uma categoria. É o homem-massa de Ortega y Gasset.

Nelson Rodrigues fizera o diagnóstico certeiro: “outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina”.

C. S. Lewis notou fenômeno semelhante: “uma energia extraordinária é despendida – civilizações são construídas – e instituições excelentes, criadas; mas sempre há algo que dá errado. Sempre ocorre algum desastre fatal que faz as pessoas egoístas e cruéis subirem ao poder e tudo se torna em miséria e ruína – na verdade, a máquina começa a falhar”.

Se quiser fazer parte da máquina, esteja pronto para não ser um homem-massa e não fazê-la falhar. Lapide sua força e personalidade, sempre olhando para o alto.