Ao longo da história humana e principalmente do cristianismo, os símbolos são itens centrais e extremamente importantes. No início da era da cristandade, a tarefa de catequisar os povos era muito complexa, pois o acesso às escrituras sagradas era extremamente raro por dois motivos centrais: a alta taxa de analfabetismo da população mundial e a dificuldade de fazer-se uma cópia de qualquer documento, tendo em vista que a prensa de Gutenberg foi inventada apenas em meados de 1445.

Diante deste desafio, os primeiros Papas e Bispos da igreja perceberam a importância da tradição, repetição e dos símbolos. Neste breve texto irei ater-me a este último.

A igreja católica, baluarte do cristianismo na história humana, é rica em símbolos em seus ritos e templos, sendo estes uma verdadeira aula para qualquer pessoa, mesmo esta pessoa não sabendo ler por exemplo. Encontramos símbolos cristãos com um amplo significado no cotidiano das pessoas naturalmente: Terços, Rosários, Crucifixos, Escapulários, Velas, Medalhas, ícones etc.

Todavia, apesar de sua importância e acima tudo sacralidade, a importância destes símbolos passaram também pelo mesmo processo que a fé cristã nos últimos dois séculos: a banalização e acima de tudo a falta de significado de fato no dia-a-dia do homem ocidental. Tornaram-se meros adereços que mesmo ligados à fé não possuem uma ligação com o seu real intento ou muito menos com o devido respeito ao que ele representa.

O processo revolucionário, principalmente no século XX, fez com que o homem tratasse de  sua fé como um adereço particular, algo que você deixa para fazer na sua casa e de preferência em seu quarto para não incomodar ninguém com ela. Nesta esteira, as gerações mais jovens começam a perder de fato o real significado da herança cultural da qual foram presenteados.

Isso fica muito latente com as “comemorações” do mês do orgulho LGBT no mundo inteiro, o qual teve uma grande adesão dos clubes de futebol no Brasil. Porém, um clube em especial me chamou muito a atenção: O Clube de Regatas Vasco da Gama.

O Vasco da Gama é um dos clubes de maior tradição do país, ao qual eu nutro um sincero respeito justamente por ser o clube que fez questão em sua fundação de manter os símbolos e homenagens históricas que ligam o clube à cultura de nosso País: A começar pelo seu nome, que homenageia o 1.º Almirante-Mor dos Mares da Índia; seu escudo tradicional trás as caravelas portuguesas que ostentavam a cruz da ordem de cristo. Abaixo reproduzo, um trecho de entrevista do Sr. João Ernesto da Costa Ferreira, diretor de Patrimônio Histórico do Vasco em 2010:

Já naqueles primeiros momentos, os fundadores definiram aquele que seria o pavilhão do clube, negro, com uma faixa diagonal branca e com uma cruz. Cada uma dessas cores já simbolizava o clube. O negro representa o desconhecido dos mares, pelas quais passavam as grandes navegações. A faixa diagonal branca, de um canto ao outro, representava a luminosa rota vitoriosa dessas grandes navegações portuguesas. E aquela cruz simbolizava a fé cristã, até porque muitos fundadores eram portugueses, vindos de uma nação essencialmente cristã.”

Além disto, o Vasco da Gama é o único clube de futebol no Brasil que possui uma Capela no estádio à beira do campo de jogo, como podemos observar na foto abaixo:

Capela São Januário
Capela São Januário

Como podemos observar, o clube foi fundado tendo sob a perspectiva a história e cultura de Portugal, acima de tudo a tradição cristã em seus símbolos, dada a sua importância e a mensagem que entrega para aqueles que passassem a torcer e até mesmo para aqueles olhassem para o escudo do clube.

Porém os atuais gestores do Vasco da Gama parecem não ter o mesmo sentimento que seus fundadores, ou até mesmo desconhecem a sacralidade e importância da cruz que carregam no peito (hoje a Cruz Pátea), pois a camisa do Vasco da Gama foi utilizada para promoção da agenda política LGBT e o orgulho da prática homossexual, pecado condenado pela igreja, representado ali pela faixa da camisa nas cores do arco íris.

Ao leitor mais desatento, quero deixar claro que não trata-se aqui de excluir o combate a qualquer tipo de preconceito, pois a própria doutrina da igreja ensina que “devemos odiar o pecado, mas amar o pecador”; porém existe uma grande diferença entre você combater injustiças e utilizar o maior e principal símbolo cristão para promover a) uma agenda política-revolucionária; b) fazer proselitismo de uma ação condenada pela doutrina da igreja e acima de tudo pelas sagradas escrituras.

A revolução em suas mais diversas linhas ideológicas avança, destruindo os valores fundamentais do homem, sua história, sua ligação com a sacralidade e afastado de sua própria história (como vimos neste caso). Os operadores deste processo, sabem muito bem a importância disto, afinal, não foi à toa que o Vasco da Gama foi o clube que conseguiu a maior penetração de mídia com esta ação, pois ela além da propaganda ao movimento político-revolucionário, também avançava com a destruição dos símbolos cristãos, cristianismo este o maior inimigo da Revolução.