1 – O abacaxi retórico

A confusão que se tornou a discussão entre a Direita, nos ambientes virtuais, tornou-se um abacaxi retórico, pois o problema – ao meu ver – não está na tensão entre apoiar ou não o Presidente, mas sim no compreender o que é o verdadeiro agente que o impede de alcançar os fins que nós precisamos, e que apenas o prendem no império dos meios.

2 – Os meios

Explico-me melhor sobre a questão do “império dos meios”. Sabe aquela coisa de “potência e ato”, então: os meios são atualizados mediante os fins que são alcançados. Nesse raciocínio, os meios são a potência, e os fins, o ato. Não, rapaziada, o presidente não abandonou a luta pelos fins, pois a porra toda está presa nos meios.

3 – Os meios e o establishment

Os meios, diferentemente do que postulava Ludwig von Mises em sua “Ação Humana”, não são essencialmente subjetivos. Se o fossem, seríamos como positivistas que negam o ser objetivo e os valores. Portanto, os meios políticos no Brasil estão recheados de interesses do establishment.

4 – O establishment e seus fins.

Esse establishment, por sua vez, não é um ente real, mas abstrato. O tal establishment é composto por pessoas. Logo, essas pessoas possuem interesses em seus meios e também querem alcançar devidos fins, de acordo com a hierarquia pela qual obedecem. Com efeito, o Poder.

5 – A tensão entre meios e fins

Os únicos agentes de transformação que conseguem mergulhar na tensão entre meios e fins no Brasil são os membros do alto escalão da maçonaria, pois eles entenderam o mecanismo republicano e conseguem dar as cartas, sabendo posicionar cada agente específico em seu devido lugar.

6 – A “luta de classes”

Não à toa que, com muita percepção e inteligência, Raymundo Faoro entendeu que no Brasil a luta de classes, tal como pensada pelos marxistas, não funcionava. O que acontece por aqui é a luta do povo comum (seus Zés e donas Marias) contra o estamento burocrático.

7 – Maçons e o Estamento burocrático

Com efeito, o estamento burocrático, em geral, é recheado por membros da Maçonaria que não necessariamente iniciam o processo dialético de tensão, mas atuam nele diretamente. E contra eles somente nós, o povão.

8 – Criticar Bolsonaro

Para finalizar este apanhado de reflexões pontuais: penso que é natural e justo que Bolsonaro possa ser criticado em ações que estão em seu campo de latência; isto é, naquilo que lhe é devido agir. Fora isso, devemos analisar com mais detalhes se sua ação, no momento, é possível ou não.

 

– Daniel Ferraz – Proeminente estudioso do movimento revolucionário global e da tradição da Santa Igreja Católica. É apresentador no Canal Daniel Ferraz no youtube.