Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena nasceu em 22 de janeiro de 1797 no Palácio de Schönbrunn em Viena, Áustria e faleceu em 11 de dezembro de 1826 no Paço de São Cristóvão no Rio de Janeiro. Foi a primeira esposa de Dom Pedro I e uma das construtoras da independência do País. Por seu casamento com D. Pedro, foi a primeira imperatriz do Brasil e, por dois meses, rainha de Portugal.

Era a terceira filha do Imperador da Áustria, Francisco I, e da sua segunda esposa, a Princesa Maria Teresa Carolina de Nápoles e da Sicília, pertencia a família dos Habsburgos, uma dinastia para a qual havia sido cunhada a frase: “Deixa que os outros façam a guerra; tu, feliz Áustria, casa-te” (“Bella gerant alli, tu felix Áustria, nube”).

Era tradição da corte dos Habsburgos o esmero na educação de suas princesas, formando-as para além de serem esposas e mães, tornarem-se verdadeiras aliadas políticas. Não foi diferente com Leopoldina, a princesa desde cedo mostrou interesse também pela botânica e mineralogia. Nas excursões realizadas com sua família aproveitava para coletar amostras de minerais e plantas. Falava várias línguas e pintou muitas aquarelas.

O casamento de D. Leopoldina com D. Pedro I foi realizado por procuração em 13 de maio de 1817, em Viena, após isto a princesa partiu para o Brasil numa viagem que durou cinco meses. Na sua comitiva, acompanharam-na cientistas e artistas austríacos que estudaram e retrataram a natureza brasileira. Dentre os estudiosos estavam Carl Von Martius, Johann von Spix e Johann Natterer.

A jovem princesa só conheceu pessoalmente seu esposo quando desembarcou no Rio de Janeiro, em 5 novembro do mesmo ano. No dia seguinte, o casal recebeu a bênção nupcial na Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

O casamento entre D. Pedro e Dona Leopoldina gerou sete filhos dos quais quatro chegaram à idade adulta: Maria II (1819-1853): com a abdicação de dom Pedro I ao trono português foi rainha de Portugal de 1826 a 1828 e 1834 a 1853.

Januária do Brasil (1822-1901): foi herdeira de dom Pedro II até este ter descendência. Casou-se com Luís, conde de Áquila, irmão da imperatriz Tereza Cristina.

Francisca de Bragança (1824-1898): casou-se com o Príncipe Francisco Fernando e com ele foi para França. A princesa seria a responsável pelo casamento das suas sobrinhas Isabel e Leopoldina, com os príncipes Gastón de Orleans, conde d’Eu e o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, respectivamente.

Pedro II (1825-1891): herdeiro do trono brasileiro e imperador aos 14 anos de idade.
Os outros filhos do casal foram: Miguel, João Carlos e Paula.

Pode-se dizer que a independência foi um processo que durou desde 1820, quando devido a Revolução Liberal do Porto, D. Pedro foi nomeado Príncipe-Regente do Brasil até 1825, quando foi finalmente assinado um tratado de paz, aliança e reconhecimento do Brasil por Portugal e D. Leopoldina contribuiu ativamente ao longo de todo este processo com seus contatos e conhecimentos de uma verdadeira Habsburgo.

Pelas cartas, podemos perceber, que desde o início D. Leopoldina vislumbrou a necessidade da independência para que o Brasil não voltasse ao status de apenas uma colônia de Portugal. Atuou de forma ativa em parceria com José Bonifácio desde o dia do Fico passando pelo o ato do grito da independência e finalizando com os contatos e articulações para a assinatura do tratado de paz e reconhecimento.

D. Leopoldina foi a primeira mulher a reger o Brasil, substituindo D. Pedro I em 1822 e em 1825.

O desgosto causado pelas inúmeras traições de D. Pedro contribuiu para que a vida de D. Leopoldina não tenha sido fácil , tristezas que culminaram com o relacionamento entre D. Pedro I e Domitila de Castro, nomeada Marquesa de Santos, principalmente pelo fato do imperador, além de não esconder, ter instalado toda a família de sua amante perto da residência oficial.

D. Leopoldina faleceu em 11 de dezembro de 1826 . Ela era muito querida e sua morte causou uma enorme comoção popular, seu enterro foi seguido por milhares de pessoas.

Reduzir D.Leopoldina a apenas uma mulher traída é mais uma grande injustiça na história brasileira. É fato que o romance de D. Pedro I com a Marquesa de Santos tomou proporções humilhantes, mas esta redução é de longe uma verdade.