Meus amigos aqui do PHVOX, gostemos ou não de Karl Marx, somos forçados a admitir que a Doutrina por ele criada norteia os rumos do planeta hoje. União Soviética, União Europeia, Partido Comunista Chinês, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Olavo de Carvalho são nomes que – provavelmente – não existiriam num universo paralelo onde o jovem Marx tivesse resolvido trabalhar para sustentar sua família.

Arrisco dizer que, nesse universo paralelo, Jair Bolsonaro sequer teria entrado na vida política. Certamente que a Nova Mídia, assumidamente conservadora, não existiria e Jordan Peterson seria um desconhecido professor universitário da região de Alberta, Canadá.

Ocorre que em nosso mundo ele escreveu essa Doutrina (O Manifesto Comunista e O Capital), obras que até hoje impactam a produção literário-científico mundial. A propósito, numa missão que considero meio que sagrada, que é a de conhecer o inimigo, já li os livros em questão, ok. Para fazer esse artigo, me obriguei a reler (e anotar) O Manifesto Comunista para vocês.

Vocês têm sorte, amigos, os autores do PHVOX, por hábito mergulham em esgotos para lhes trazer informação de qualidade.

A propósito, vou contar um segredinho, a maioria dos marxistas nunca leu a obra de Karl Marx. Da mesma forma que os discípulos de Paulo Freire, figura incensada em prosa e verso no meio acadêmico, também não conhecem sua obra.

Em comum, Marx e Freire, têm que fizeram uma obra rasa, superficial, literariamente pobre, extremamente adjetivada. Ambos frequentemente em seus textos usam um palavrório empolado com o intuito de disfarçar a falta de conteúdo de sua obra.

Aliás, quem melhor explicou esse fenômeno (o do escritor que usa palavras difíceis, mesóclises, próclises e ênclises para disfarçar a falta de qualidade do seu texto) foi Mario Quintana: “quando um escritor escreve algo e o leitor não entende, certamente um dos dois é burro”.

Bem meus caros, voltemos ao objeto de nossa perícia. Falamos de um dos alemães que mais danos causou ao mundo[1].

Karl Marx, como todo fracassado que faça jus ao título, era alguém que não se encaixava em seu mundo (é verdade que o fato de não trabalhar e não prover o sustento de sua família, certamente, agravavam esse quadro) e via no passado, tal e qual o personagem do filme Meia Noite em Paris, um lugar imaginário, uma utopia perfeita. A clássica saudade de um tempo em que não vivido.

Frequentemente, progressistas e liberais veem o Conservador como alguém que deseja a volta da produção do Ford Model T, a volta das máquinas de escrever Remington, do Monóculo e da palavra pharmácia.

Nada mais errado, ser conservador não diz respeito a máquinas e vestimentas antigas, tanto assim o é que (à revelia das Big Techs) as mídias sociais tem sido, sistematicamente, dominadas por nós. Fundamentalmente, o Conservador não quer preservar o passado em seus aspectos externos, mas procura proteger valores que permitiram, dentre outros, a invenção de novas tecnologias. Sem a defesa do Direito de Propriedade e da Austeridade Fiscal, empresas como Google, Facebook e Microsoft sequer sonhariam em existir.

Marx não era alguém inconformado com a exploração do homem pelo homem como pregam os adeptos desta seita. Sim, amigos. Marxismo é uma seita. Dizer que o comunismo é ateu é um erro ontológico. O comunismo apenas coloca no lugar de Deus seres humanos como Karl Marx, Stalin, Lenin, Che Guevara.

Marx era alguém inconformado em não se encaixar em seu mundo. O retrato de um fracassado, em resumo. Como todo bom fracassado ele buscava, na Idade Média, um passado idílico inexistente, uma espécie de utopia. Vejamos abaixo alguns trechos de seu livro Manifesto Comunista[2].

“Onde passou a dominar, destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Dilacerou sem piedade os laços feudais, tão diferenciados, que mantinham as pessoas amarradas a seus ‘superiores naturais’, sem pôr no lugar qualquer outra relação entre os indivíduos que não o interesse nu e cru do pagamento impessoal e insensível ‘em dinheiro’[3]. (…) Dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca[4] e substituiu as muitas liberdades, conquistadas e decretadas, por uma determinada liberdade, a de comércio. Em uma palavra, no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas ela colocou uma exploração aberta, desavergonhada, direta e seca.”

Indiscutivelmente, Karl Marx (tal como Paulo Freire deixa escapar em sua obra) era alguém que nutria profunda inveja por pessoas mais bem sucedidas que ele próprio. Aliás, Mises (em A Mentalidade Anticapitalista), já alertava para esse fenômeno, qual seja: o rancor que boa parte dos intelectuais têm do capitalismo, que os levam, necessariamente, a cultuar o socialismo-comunismo).

Não tenham dúvidas, meus caros leitores, a inveja é um dos motores que alimenta o socialismo desde os primeiros escritos de Marx sobre o tema. O problema não é alguém viver na miséria (como de fato viviam, até mesmo, alguns Senhores Feudais na Idade Média), o problema é a existência de pessoas que tem mais do que eu. O invejoso, meus amigos, não quer o que você tem para si. O invejoso apenas não quer que você tenha/possua algo. O melhor dos mundos para o invejoso (daí porque a veneração de Marx para com as relações servis medievais) e aquele onde todo mundo é desgraçadamente pobre, mais ou menos como a alusão feita pelo Professor Olavo de Carvalho do “balde de caranguejos”!

 

[1] E é impressionante a capacidade que aquela nação tem de produzir pessoas que praticam atrocidades e/ou empurram a história da humanidade para o precipício.

[2] MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. ISBN – 978-85-7743-080-2.

[3] Para Marx, os “superiores naturais” na Idade Média seriam os Senhores Feudais; no mundo comunista seriam os líderes do partido e os membros da intelligentsia. O grande problema de Karl Marx seria as pessoas terem trocado esses “líderes naturais” por dinheiro para que pudessem viver e comprar as coisas que quisessem. Karl Marx, sabidamente, tinha problemas em ganhar dinheiro e manter sua família, daí a inveja que sentia da burguesia industrial. Provavelmente não se deu conta que as privações pelas quais passava sua família seriam consideradas uma vida de extremo, luxo na Europa Medieval.

[4] Aqui temos que explicar que a economia dos países europeus não era desmonetizada, como querem fazer crer alguns historiadores. Praticava-se em maior grau o escambo. Sim, sem dúvidas. Ocorre que a invenção do dinheiro não é fundamental apenas para a existência do capitalismo. A invenção do dinheiro, tal como a invenção da escrita (que permite que façamos o registro daquilo que vivemos), é fundamental para o surgimento de aglomerados de aldeias (cidades) e para uma relação de trocas recíprocas entre elas. Não por coincidência o dinheiro e a escrita surgem na Suméria há, aproximadamente, 6.000 anos. Em uma hipotética cidade onde o dinheiro não existisse, o fabricante de um martelo iria querer trocar seu produto por “x” sacas de arroz. Provavelmente ele escolheria seu pior martelo, e o fazendeiro iria escolher as piores sacas para a transação. Economia baseadas em escambo, invariavelmente, geram transações do tipo “perde-perde”. Aliás, as primeiras tábuas escritas pelos sumérios eram exatamente relatos contábeis de débitos e créditos (o que poderia ser um indicativo de que a escrita foi inventada em função do dinheiro, e não o contrário).