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Ambientalismo

Uma breve história do ESG e porque isso importa

Uma das inúmeras lições importantes do professor Olavo de Carvalho é sobre como identificar quem de fato são os agentes ativos da ação histórica:

“Toda ação é feita por homens concretos, de carne-e-osso, jamais por entidades imateriais ou instituições abstratas. Exatamente por esse motivo que apenas organizações capazes de manter seus integrantes unidos por idéias ideais e objetivos transcendentes ao período de uma vida humana singular são capazes de perdurar e conduzir o processo histórico ao longo dos séculos.” Esse princípio é basilar ao analisarmos um acontecimento histórico e seu desdobramento na realidade. Saber quem fez o que, como, quando e onde é fundamental para entender as consequências imediatas e de longo prazo daquele evento.

Com a popularização de grupos de poder transnacionais e multifacetados, divididos atualmente em três grandes blocos de influência e poder[1], torna-se inevitável a aplicação desse mesmo método para tentar descobrir com clareza que são os “ventríloquos por trás das marionetes”, visto ser impossível prever o destino da carruagem sem saber quem é o seu cocheiro, de onde ele veio e para onde deseja ir. Talvez por desconhecer quem são muitos tomam chavões e figuras de linguagem como globalismo, governo mundial, nova ordem mundial, como formas de extravasarem seu descontentamento com uma série de coisas que realmente estão erradas com o mundo, mas que pouco se esforçam em entender o que é feito e, especialmente, quem o faz e porque o faz. É o caso da nova sigla mágica do momento: ESG. Por isso, se realmente desejarmos entender do que se trata a tal sigla em questão e o quanto ela impacta na minha vida, antes precisamos tentar decifrar de onde ela surgiu e principalmente quem são seus idealizadores e seus logros. Assim, é propício contarmos um pouco da história do idealizador das políticas ESG, por onde passou, o realizou para chegar aonde está e o que pretende. E sim, senhores, ESG tem um pai e é sobre que iremos falar um pouco agora. Seu nome é Larry Fink, cofundador da maior empresa do mundo hoje, a BlackRock. Não tem a menor idéia de quem se trata? Não se preocupe. Pouquíssimas pessoas saberiam dizer quem é Larry Fink e o que é a BlackRock. Se você é uma delas, não se preocupe. Vamos falar um pouco sobre sua história e você verá o quanto ele te controle, mesmo sem você ter a mínima idéia de quem é.

Larry Fink nasceu em Los Angeles, Califórnia, nos anos 1950. De família judia, seu pai era comerciante de calçados e sua mãe professora de inglês, entrou para Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA)[2] nos anos 1970 para estudar Ciências Políticas (guardem essa informação, pois será importante mais adiante), especializando-se em mercados imobiliários. Em 1976, entrou para o banco de investimento First Boston, em Nova York, onde iniciou um programa que rapidamente fez o banco lucrar cerca de US$ 1 bilhão em investimentos no portifólio de gestão de empresas. Este programa consistia em adquirir dívidas de crédito junto a bancos, transferindo a responsabilidade da dívida para o fundo de investimento do First Boston que recebia com isso os dividendos do empréstimo. Esta operação garantia a possibilidade de emissão de crédito ainda maior pelos bancos, com pouco ou nenhuma análise de risco em relação ao pagamento da dívida. E foi justamente por não haver técnicas suficientes e mecanismos capazes de mitigar esses riscos e garantir o pagamento das dívidas que em 1986, Fink acabou gerando um prejuízo de cerca de US$ 100 milhões, reduzindo drasticamente sua reputação e relegando-o ao ostracismo no mercado financeiro.

O trauma com a falta de controle de risco das operações financeiras que culminaram com seu “expurgo” de Wall Street fez com que Fink criasse formas para ampliar os mecanismos de controle internos, criando técnicas de monitoramento e boas-práticas para gestão de risco nas corporações. Assim, já em 1988, conseguiu um investimento de US$ 5 milhões junto a um grupo de investimentos alternativos chamado Blackstone. Ali, conseguiu criar toda uma divisão especializada em gestão de riscos, tornando as atividades de seus clientes muito mais estáveis e previsíveis, o que fazia com que suas ações na bolsa fossem mais valorizadas e lucrativas[3]. Assim, em 1993, Fink adquiriu parte dos demais sócios e tornou-se CEO (presidente) da agora independente BlackRock, que cresceu até tornar-se o maior gestor de fundos financeiros e investimentos do mundo desde 2009, após a aquisição da Barclays Global Investors.

Mas qual o tamanho da BlackRock hoje e por que isso é relevante? Desde sua expansão a empresa continuo captando a gestão de diversos fundos resultando já em 2019 no controle de cerca de US$ 20 Trilhões. Isso mesmo que você leu. Atualmente, esta empresa gerencia um volume de dinheiro superior a quase 3 vezes o PIB de diversos países como o Brasil, por exemplo. Adicione a todo esse poder a participação societária em praticamente todas as megacorporações mundais. Desde as famigeradas big techs (Apple, Alphabet (Google), Microsoft, Meta (Facebook), Amazon), passando por conglomerados de Mídia e Entretenimento (Ex.: Sony, MSNBC, Disney, Warner, Discovery)) passando por farmacêuticas (Pfizer, Johnson & Johnson, Moderna, etc.) e até grandes corporações alimentícias (Monsanto, Pepsico, Coca-Cola, McDonalds). Todas tendo seus fundos geridos pela BlackRock ou por satélites como a Vanguard e a Morgan Stanley. Adicione as participações acionárias que lhes dão voz nos conselhos executivos e estratégicos das megacorporações e você terá o tamanho da influência que apenas uma pessoa tem sobre todo o sistema financeiro mundial.

Mas onde está o segredo do sucesso da BlackRock e o que isso tudo tem a ver com o tal ESG? Como dito antes, o grande diferencial da empresa é a maneira com que ela é capaz de processar dados de governança de risco e transformá-lo em indicadores de mercado, elevando assim o valor das ações de uma empresa. Para fazer isso em escala global, desenvolveram um software de governança corporativa chamado Aladdin. Esse software permite traçar diversas previsões e perfis de investimento baseado em dados e pontuação em indicadores. Isso é possível graças a um conhecido axioma na gestão de risco: “A estabilidade e previsibilidade de uma atividade empresarial é diretamente proporcional a capacidade de gerir os riscos envolvidos em sua operação.” Assim, quanto mais sofisticado e preciso são os mecanismos de controle interno, mais previsível para o mercado a empresa se torna. E é justamente o cálculo dessa previsibilidade que o Aladdin consegue realizar com maestria, dando aos investidores o “Santo Graal” do investimento: “Prever como será o comportamento de uma empresa no futuro para saber se vale ou não o investimento”.

Foi justamente em busca de maior controle e gestão de seus riscos internos, com objetivo de apresentar ao mercado saúde financeira, fiscal e operacional que as empresas entraram numa febre de aprimorar e implementar novos mecanismos de governança corporativa. Especialmente nos anos 2000, diversos Frameworks de Governança[4] e certificações espalharam-se pelo mercado, com objetivo de gerar indicadores para serem processados por sistemas análogos ao Aladdin – sendo ele o melhor e mais preciso – de forma a manterem uma pontuação alta e tornarem-se cada vez mais atrativos ao investimento. Podemos citar aqui as certificações ISO (ISO 9000, ISO 9001, ISO 9002 etc.), focados na gestão de riscos(compliance) da atividade industrial; BASEL I, II e III, focado na atividade bancária, principalmente em bancos centrais; Lei Sarbanes-Oxley (implementada pelo framework COSO), que visa melhorar a prestação de contas e a governança de empresas em geral, especialmente as que operam nas bolsas americanas. Foi a partir de então que diversas agências de risco começaram a utilizar os dados processados pelo Aladdin como fonte de dados especulativos. Vem daí que vem as “agencias de risco de mercado” tão faladas pela mídia, originando assim o também famigerado Boom especulativo. Toda essa capacidade de gerenciar os riscos do mercado fez com que Lerry Fink acendesse novamente aos holofotes de Wall Street, sendo tido até hoje como
“grande guru” do mercado, dada sua capacidade de prever o resultado dos investimentos das ações com grande precisão.

Porém, em 2008, aconteceu aquele que ficou sendo conhecido como o segundo pior crash do mercado financeiro americano até então, superado apenas pelo crash da bolsa de Nova York de 1929. Lembra daquela atividade que o próprio Larry Fink começou nos anos 1980 que consistia na tomada de crédito imobiliário com pouquíssima avaliação de risco? Pois essa prática se alastrou e gerou uma imensa bolha imobiliária, que acabou estourando. As dívidas de diversos bancos irresponsáveis tornaram-se simplesmente impagáveis, levando diversos negócios e empresas centenárias a completa falência da noite para o dia. O Federal Reserve (FED, Banco Central Norte-Americano), precisou intervir e socorrer as empresas credoras para evitar um colapso ainda maior. Com pouca habilidade e mesmo entendimento do problema, o FED solicitou a BlackRock que ajudasse na solução da crise. Fint então começou a aconselhar a rolagem da dívida mediante a venda de títulos da dívida pública, prontamente adquiridos por seus fundos. Isso fez com que a BlackRock se torna ainda mais rica e Fink ainda mais influente no mercado. Em 2020, em meio à crise do Covid-19, Fink foi novamente requisitado para resolver a questão, estando a frente das medidas ativas do governo para controlar a crise que a pandemia originou nos mercados pelo mundo.

Você pode estar se perguntando: Mas o que toda essa história tem a ver com o ESG? A resposta pra isso encontra-se justamente na personalidade controladora de Larry Fink, que sempre quis ter o máximo de controle sobre as coisas. Se pararmos para olhar o que significa a sigla, veremos que ela resume a sentença Environment, Social em Governance. Trata-se de políticas que ao serem aplicadas, segundo seus idealizadores, tornam uma empresa mais atrativa para o mercado por mostrarem ser sólidas e estáveis no que diz respeito a gestão de seus recursos (naturais, pessoas e administrativos).

Portanto, ao seguir a “cartilha” ESG, uma empresa coloca-se num patamar diferente, sendo possível a aplicação de um índice onde quanto maior a pontuação, mais segura e estável ela torna-se para receber investimentos. Soa familiar? Pois bem. Próximo ao natal de 2018, Larry Fink lança uma carta aberta endereçada a todos os cliente da BlackRock onde dizia que a partir de 2019 que a empresa só iria negociar com aqueles que tivessem uma pontuação relevante no que diz respeito ao índice que mede as práticas de ESG.

Uma verdadeira febre se instalou no mercado, uma vez que a BlackRock possui literalmente todas as grandes corporações do mundo em seu bolso. Consequentemente, uma indicação negativa resultaria numa perda incalculável no valor de mercado daquelas empresas “não alinhadas” ou que não possuíam pontos suficientes. O mesmo valeu para as Big Techs, Big Pharmas, Main Stream Media, etc. Da noite por dia, a perda de patrocinadores, financiadores poderia levar essas empresas a banca rota. Uma verdadeira corrida para adequar-se às políticas ESG começou, fomentada ainda mais por diversas declarações oriundas do Fórum Econômico Mundial e outros grandes nomes do mercado como George Soros, Klaus Schwab, Bill Gates, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, etc.

Mas o que há por trás da tão famigerada sigla e porque é tão importante a implementação dessa cartilha para BlackRock? Aí entramos numa especulação pessoal e a resposta podem ser – e provavelmente são – diversas. Desde seu passado cursando ciências políticas na UCLA quanto a aquisição de um poder financeiro nunca conhecido pela humanidade até então, o fato é que Larry Fink hoje detém em seu portifólio toda cadeia produtiva mundial. Desde empresas de alimentos até transportadoras, tecnologia, medicina e mídia, tudo está a sua disposição em um de seus fundos multi-trilhonários.

Se pararmos pra pensar em um ponto de vista mais focado na questão financeira, O G da sigla nada mais são que boas práticas de gestão de um negócio. Algo que é desejável e benéfico para a saúde operacional de qualquer empresa, desde a mais simples bodega até uma grande holding alimentícia. Porém, isso não parece ser o bastante para Fink. A crise imobiliária de 2008, corroborada pela crise do Covid-19, mostrou de maneira clara que e o controle absoluto das cadeias globais de eventos, principalmente quando envolve emoções e o comportamento humano, das coisas é praticamente impossível. Então, qual a melhor maneira de amenizarmos isso? Na perspectiva de um gestor de risco, como vimos acima, quanto maior a previsibilidade menor os contratempos. Assim sendo, quanto mais uniforme for a mentalidade das pessoas e quanto mais influenciáveis elas forem, mais previsível será seu comportamento e suas ações poderão ser controladas de maneira muito mais fácil. Adicione a isso problemas que só podem ser resolvidos em escala global, cuja complexidade transcende o cotidiano não apenas das pessoas, mas de nações inteiras, você tem a receita perfeita de como gerar indicadores de estabilidade global para a sociedade.

Assim sendo, o E e o S da sigla ESG nada mais são do que fontes de dados que podem ser vir como indicadores para saber quão a sociedade está ou não controlável. E quem melhor que a esquerda para gerar meios de controle social que possam ser mensurados ou menos aplicados em forma de agendas e programas de reestruturação do comportamento? Fink sabe bem disso. Pelo menos desde quando entrou para a UCLA. Quem melhor que cientistas remanescentes da guerra fria para promover alarmismo sobre problemas em escala mundial extremamente difíceis do cidadão comum mensurar? O coquetel perfeito para uma servir a alguém cuja vida toda foi criar o método perfeito de controle de atos e ações.

ESG nada mais é que uma política de controle absoluto da sociedade humana. O sonho utópico de uma sociedade previsível, composta por seres humanos pasteurizados e despidos de qualquer individualidade. Cada vez mais veremos essas práticas de padronização de comportamento sendo difundidas sob bandeiras “progressistas” e “ambientalistas”, pois esse é o único meio de ação direta dessas empresas na sociedade civil e nos governos. Afinal, se seu país e seu povo não me dão as condições de atender as exigências do mercado financeiro mundial, por que eu devo permanecer aí, não?

Para terminar, uma última informação: Notem que existem 3 grandes corporações que não foram citadas nesse artigo, justamente por já estarem fora dos tentáculos da BlackRock. São a Tesla, a SpaceX e agora o Twitter. Todas pertencentes a Elon Musk. Talvez agora você possa entender o tamanho do ódio que o “Beautiful people” sente do bilionário.

O futuro para o qual caminhamos é o de uma sociedade cada vez mais homogeneizada e mentalmente debilitada. A crise de inteligência que vivemos trata-se de uma grande e faraônica obra de engenharia sociocomportamental, financiada e fomentada por mentes que desejam serem os donos do mundo a qualquer custo. Não importa o volume de dinheiro que precise ser investido. Não importa o volume de vidas humanas perdidas no processo. O que está no coração dessa gente é o desejo diabólico de controlar tudo e todos até os mais simples e míseros atos. Tudo pela ânsia de governar as coisas por sí só, sem ser subordinado a mais ninguém. Se te soa família, acredite, as semelhanças não são tão coincidentes por acaso.


[1] Os grupos citados são: 1 – Metacapitalistas Globalistas Ocidentais (elite financeira euro-americana); 2 – os Comunistas Internacionalistas Sino-Soviéticos e o movimento revolucionário identitário (woke); 3 – A Elite Exotérica Islâmica sendo este o mais inerte atualmente apesar da enorme influência exercida no campo exotérico das religiões comparadas

[2] A UCLA foi um dos grandes baluartes no início de diversas manifestações pró-diversidade no início dos anos 1970. Muitos ativistas passaram por lá nessa época, incluindo Saul Alinsky.

[3] Algumas das empresas que estavam em seu portifólio: General Eletric – salva por Fink a época de um prejuízo potencial monstruoso os Bancos Goldman Sacks e J.P. Morgan, a Ford e a Pfizer.

[4] Pense num framework como a “planta baixa” com a qual você usa para construir casa com os materiais que você tem disponível. Seja de pau-a-pique, tijolo ou madeira, a casa sempre terá o mesmo formato se você seguir as especificações da planta.

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