O ministério da defesa da Rússia anunciou que a partir de 01 de julho, todo combatente do lado russo na sua guerra de invasão à Ucrânia deve assinar um contrato de um ano com o exército regular. Com este movimento, o governo de Vladimir Putin decide acabar com o uso dos mercenários como o Wagner Group ou mesmo o que estava sendo planejado pelo ditador Checheno Kadyrov.

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Na prática, isso significa que aqueles que não estiverem sob as novas ordens podem sofrer consequências, como a prisão.

Como adiantei em análises no decorrer de 2022, quando o Grupo Wagner era efetivamente o único que estava entregando resultados, o destaque midiático dos mercenários levaria a uma animosidade com as forças regulares russas. Principalmente após a inauguração de sua sede com pompa e circunstância em São Petesburgo. Na oportunidade, o grupo Wagner colocou-se em condições de comprar e garantir tecnologias que o governo não teria acesso pelas sanções.

Essa animosidade cresceu e chegou ao ponto de Prigozhin, mafioso russo e aliado do círculo íntimo de Putin, ameaçar abertamente o ministro da Defesa Russo, Sergei Shoygu.

Na semana passada, o Wagner Group divulgou um vídeo onde interrogavam um oficial do exército russo que admitia ter atirado contra as fileiras do Wagner Group intencionalmente. Importante ressaltar que no início da guerra, relatórios indicavam que os mercenários eram utilizados na retaguarda do exército regular para evitar deserções no campo de batalha, tendo autorização para abrir fogo contra aqueles que recuassem (tática utilizada por Stálin na operação Barbarossa).

Neste momento, em meio a ofensiva Ucraniana, não é interessante para o Kremlin administrar problemas desta natureza em suas fileiras, descartando assim todo o efetivo do Wagner Group. As condições financeiras do contrato, para os que aceitarem ficar, não foram divulgadas.

Ramzan Kadyrov já ordenou que seus soldados inicie o processo de assinaturas nesta segunda-feira. Prigozhin já informou que o seu Wagner Group não irá assinar. Antes de ir embora! Você sabia que o Wagner Group também tem atuação na América Latina, mais precisamente na Venezuela? Entenda mais sobre isso em meu livro: “O mínimo sobre o Foro de São Paulo” (clique no banner abaixo).